Destruição do cerrado afeta as águas

The destruction of the Cerrado also affects the three main aquifers in South America: the Guarani, Bambuí and Urucuia, since all rainwater penetrates the soil and is stored in the porous rock, making the Cerrado 12 hydrographic regions of the country with its subsoil accounting for about 90% of the flow of the biome rivers.

Uma ampla reportagem publicada na revista Época revela que a destruição do Cerrado brasileiro está provocando a escassez de água em Estados e regiões que antes, apesar do clima seco, eram abastecidos por verdadeiros mananciais. Um dos exemplos citados na matéria jornalística é o Rio Descoberto, que marca a divisa do estado de Goiás com o Distrito Federal, que foi transformado em um lago para abastecer com água cerca de 1,8 milhão de pessoas que vivem na região, mas que fica totalmente seco no período de estiagem e, no ano passado, secou de vez, causando uma das maiores secas já registradas em Brasília e seu entorno. Detalhe: o Cerrado que margeia o Rio Descoberto, considerado o segundo maior bioma do Brasil com mais de 2 milhões de quilômetros quadrados espraiados por 12 Estados, está sendo destruído não apenas para dar espaço à agricultura e pecuária, mas, também, para produção de carvão vegetal em grande escala por carvoarias clandestinas instaladas em milhares de propriedades rurais. Com isso, toda diversidade do Cerrado, formada por mais de 13 mil espécies de plantas, 850 de aves e 250 de mamíferos, está sendo ameaçada aos olhos do governo federal.

Rio Urucuia agonisando

Mais grave é que a destruição do Cerrado também atinge os três dos principais aquíferos da América do Sul: o Guarani, o Bambuí e o Urucuia, uma vez que toda água da chuva penetra o solo e fica armazenada na rocha porosa, fazendo com que o Cerrado abasteça oito das 12 regiões hidrográficas do país com seu subsolo respondendo por cerca de 90% da vazão dos rios do bioma. Toda vez que destrói o Cerrado para plantar, criar gado ou produzir carvão, o homem acaba destruindo parte do futuro da humanidade, já que estudos da Universidade de Brasília (UnB) revelam que os níveis da água nos aquíferos Guarani, o Bambuí e o Urucuia está diminuindo ano após ano, a ponto de córregos que costumavam ser abundantes em água estarem secando em todas as regiões do país. O desmatamento no Cerrado ganhou começou na década de 1970 com a expansão das áreas de agricultura e pecuária, o que fez com que o bioma passasse a concentrar o maior rebanho bovino do país, respondendo por cerca de 36% de todo o gado criado, e fosse, também, o maior produtor de soja do Brasil, com 63% de todo o grão colhido.

Num período de 50 anos, quase 50% da vegetação original do Cerrado foi erradicada e 30% desse total virou área de pastagem, ou seja, enquanto o volume de desmatamento na Floresta Amazônica foi reduzido, a vegetação de Cerrado está sendo banida, a ponto desse bioma ter perdido 50 mil quilômetros quadrados em duas décadas. Somente a região conhecida como Matopiba, localizada em partes dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e da Bahia, perdeu mais de 2.000 quilômetros quadrados de Cerrado entre 2015 e 2016. Sabendo que o Cerrado é um biomas mais ameaçados do país e que já perdeu 48,5% da cobertura original, ou seja, quase 1 milhão de quilômetros quadrados já foram destruíudos, o governo federal deveria endurecer o jogo contra aqueles que derrubam a vegetação, independente da justificativa que o desmatador apresentar. Sabendo que a devastação no Cerrado está concentrada nos Estados do Maranhão, Tocantins, Piaui e na Bahia, o Ministério do Meio Ambiente deveria direcionar mais fiscais do Instituto Nacional de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para essas áreas, afinal de contas somente o Maranhão acabou com 1.587 quilômetros quadrados de cerrados em apenas dois anos.

O vizinho Piauí, Estado que é tido como um dos mais pobres do país, conseguiu destruir 979 quilômetros quadrados de vegetação nativa, enquanto o Tocantins acabou com 970 quilômetros quadrados de Cerrado. Mesmo diante do desmatamento de 6,4 mil quilômetros quadrados de destruição do Cerrado em pouco mais de dois anos, o governo comemora o que chama de redução no ritmo de desmatamento e atribui a conquista ao que ele próprio classificando como aperfeiçoamento da fiscalização ambiental. Ora, como pode haver melhoria num setor onde a taxa de perda anual de vegetação está em 0,32% da área do total do bioma? O Ministério do Meio Ambiente deveria entender que nesse ritmo não demora duas décadas para que o Cerrado Brasileiro esteja sem vegetação natural e, quando isso ocorrer, essa que é reconhecida como a segunda savana mais rica do mundo em biodiversidade. Os tecnocratas do governo federal bem que podem aproveitar as revelações contidas na reportagem da revista Época para adotar medidas capazes de salvar o Cerrado brasileiro.

Sobre cerradania

Operário das letras, Comunicador e Idealizador da Cerradania, Palestrante,Professor. Letterman, Communicator and Idealizer of Cerradania, Speakers,Teacher.

Deixe um comentário

CONSEG DF Tororó

Conselho Comunitário de Segurança - CONSEG - DF - Tororó

Central do Cerrado – Produtos Ecossociais

Citizenship actions in the Cerrado biome

Rede MAIS Vida no Cerrado

O berço das águas corre perigo

biomas do cerrado

Citizenship actions in the Cerrado biome

WWF - Environmental news on this site

Citizenship actions in the Cerrado biome

ISPN – Instituto Sociedade, População e Natureza

Citizenship actions in the Cerrado biome

Cerratinga

Citizenship actions in the Cerrado biome

Rede Cerrado

Citizenship actions in the Cerrado biome

Citizenship actions in the Cerrado biome

Museu do Cerrado

Citizenship actions in the Cerrado biome

Day by Day the Farm Girl Way...

Simple life on a little piece of land.

Cerradania

Citizenship actions in the Cerrado biome

Jim Caffrey Images Photo Blog

photography from the ground up